17 de março de 2013

(intervalos)



Pasmado é o tempo, inquieto
Do renascer constante, sedento
Das águas perenes, correntes
Nos rios inteiros, de intensos
Gritos de vida, sadia
Mensagem de esperança
Sempre, sempre renovada…

De novo, agora, antes que amanhã
Seja hoje deixado, perdido
Entre margens quaisquer,
Terras e gentes vencidas,
Desertos pungentes na fingida
Ânsia do presente distante…
Parado está o tempo, pasmado!

Parado, me fecho no tempo,
Pasmado, sem vento, sem dia,
Sem noite ou luar, nem o sol,
Nem jardim de flores a brotar
Teimando de vida, nem campo, nem mar…
Parado, tempo, jamais me encanto,
E cantando, de amor, me invento!

Joaquim do Carmo (a publicar)
© (direitos reservados)
Foto: reprodução de quadro de Vincent Van Gogh

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