Que o conceito de tempo leva “tempo” a discutir, parece-me
evidente; que tudo se complica se, ao tentar compreender este, aparecem outros
mais – por exemplo o de posse: “ter”… “agarrar”… – e não estaremos senão a
tentar “explicar” o momento, pressupondo que, pelo menos metodologicamente, tal
abordagem “toca” algo compreensível…
“Tocá-lo”, “agarrá-lo”… será desafio talvez mais aliciante
que tentar “compreendê-lo”… mesmo arriscando “perdê-lo”… de vez! “Tê-lo”
presente, no presente porém, ininterruptamente, passando…
… depressa? Devagar? … Sem dúvida, o “seu”…! (… tempo,
obviamente!)
(pausa para “ganhar tempo”!?)
Foto " # ", de Gui Oliveira, in Olhares
Sem que alguma vez me tenha faltado “tempo” …
(ou será… assunto?!)
… para trocar estas ideias, resolvi partilhar a convicção de
que, da interacção de pensares distintos, ainda que “só por instantes”, podem
nascer outro tempo, outros instantes, quiçá novos porque sempre se renovando,
na vida que com os mesmos se vai preenchendo, na apressada correria dos dias! E
a quase certeza de que depressa, é… “apenas” algum tempo… ganho, ou perdido ou…
“simplesmente”, vivido!
(FIM?...)
Joaquim do Carmo in "Nas Entrelinhas do Tempo" (a publicar)