Perdoem-me os meus queridos leitores e leitoras mas, neste dia em que se completam trinta e cinco anos de mútua entrega e dedicação, este jardim vai encher-se de flores para a muito amada companheira desta já longa história de AMOR: Lurdes, mais bela e amada Maria da minha vida, é para ti todo o amor e carinho que conseguir deixar transparecer deste canteiro!
Um dia, já distante mas, cada dia mais presente, uma linda flor, roubou o meu coração como, então, deixei nesta singela (ao jeito dos poetas medievais...?)
CANTIGA DE AMOR

Mote
A flor que vi em botão
roubou o meu coração!
Glosa
Já findava a Primavera,
de mim, tão querida estação,
flor que parecia quimera
subindo, em mim, como hera,
assaltou meu coração!
Das mais belas cores vestida,
logo em si achei prisão:
encheu toda a minha vida,
ao meu amor deu guarida
e dei-lhe o meu coração.
Seus olhos verdes, de esperança,
Mais me acenderam paixão:
p'ra si foi toda a confiança,
jamais quis outra lembrança
- é seu o meu coração!

Na felicidade de amar
pensei: seria ilusão?
Mas, quando a si me fui dar
- oh, como é doce lembrar! -
aceitou meu coração!
Hoje, é tudo para mim,
na minha, tem sua mão
- quão feliz eu sou assim!
Flor mais bela que um jardim
roubou o meu coração!
E, assim, comecei a cantar, crescendo de amor e carinho, à "Menina dos olhos verdes":
Dedicatória
Ó flor mais bela do jardim florido,
Botão singelo que meus olhos prende:
A ti dedico um poema sentido
Que, só por tudo não dizer, te mente!
Soneto
Menina dos verdes olhos,
Mais verdes que a tenra folha:
Cuidados encontra, aos molhos
Quem, neles preso, te olha!
As tuas faces rosadas,
Brilhantes, qual sol nascente,
Com sorrisos, de mãos dadas,
Te fazem estrela luzente!
Teu andar é gracioso,
Leve, de ave saltitante,
Teu cabelo oh!, quão formoso!
Mas Lourdes, por mais que eu cante
Tua beleza, ditoso,
Sei bem lhe fico distante!
Foram tantos os escolhos em nosso caminho! Porém o amor, que tudo vence, foi semente, também e frutificou, por quatro vezes, no nosso ninho!
Quatro amores tanto ou mais lindos, ainda, que o nosso, porque dele se alimentando, fizeram de ti a mamã mais querida e babada do mundo!
Ainda falando "apenas" por seus olhos e sorrisos, tentei dar-lhes algumas palavras, para ti, em dias mais lembrados:
MAMÃ
Teus olhos,
teu sorriso
Mamã, teus cabelos ao vento,
teus braços,
berço feito,
teus cuidados
Mamã:
ternura, carinho, Amor
Mamã!
Tu, minha vida,
és tudo para mim!

porque te tenho,
Mamã,
sou,
sou feliz,
sou o ser mais rico do mundo:
SIM, MAMÃ!
Houve momentos de ausência, dias de saudade sem fim que, em cada minuto, foram cimentando este amor feito vida: então, continuei cantando, mesmo quando eram lágrimas meus versos:
Sempre te via, como em sonhos, perto,
Meu pensamento anulava o distante:
Era teu rosto, belo, estou bem certo
mas, não sorria, nem mesmo um instante!

Tudo era triste, meu viver incerto:
Ave sem poiso, coração errante,
Eu e saudade, juntos, um deserto
- Só a esperança vivia, constante!
Mas, pois voltaste, meu peito vibrante
Em si não cabe, voa, ao longe, aberto:
Encontrou a luz, qual Sol, do Levante!
Mulher formosa, por bem que te cante,
Meu coração diz pouco, decerto:
Teu sorriso é VIDA, ó estrela brilhante!
A vida, essa, testou-nos amiúde, curiosa da nossa capacidade de resistir: foram momentos de sofrimento, solidão, ausência sentida, pressentida, (consentida?)... mas passado que, feito presente, nos projectou para o futuro que, hoje, celebramos, entre a alegria do vivido e a vontade de viver, na eternidade possível!

Que importam as lindas flores,
As aves voando ao céu?
Que importa o Sol, as estrelas,
Se tudo o que é belo, é teu?
Que importam rios ou fontes,
Tudo o que a terra nos deu:
Frutos ou peixes dos mares,
Se és tu, só, o encanto meu?
Tu és mais que flor ou ave,
Que o Sol, a Lua, as estrelas,
Mais que o próprio azul do céu:
Mais do que, em palavras, cabe,
Tanto mais digam e, belas:
És DONA, amor, do amor meu!
BEIJOS DO TAMANHO DO NOSSO AMOR!
Nota: estes poemas, alguns dos quais já publicados, foram sendo escritos ao longo dos anos e, aqui, hoje, revividos.
Fotos: Google imagens