31 de janeiro de 2011

Dona de meus sonhos




Teu corpo lindo, de flores doce leito,

Meu ser embala em gestos de ternura,

Perfuma, abrasa e leva à loucura

O meu desejo, de ti, escravo feito!



Qual fogo ardendo, de amar, o teu jeito

É canto meigo, alento na amargura,

É doce esperança apagando a lonjura,

É suavidade, tormento desfeito.



É grito alegre, deleite, frescura

Que acalma as dores de sonho desfeito:

Com teu sorriso, todo o mal tem cura!



Possam meus versos louvar-te, a preceito,

Por tais encantos e então, que ventura,

Sonhar-te, sempre, guardada em meu peito!



Foto: Google Imagens

23 de janeiro de 2011

Tragédia no Rio de Janeiro - "Pray"

Aqui lembro, neste Domingo, com várias versões em fundo, a letra da canção de Justin Bieber "Pray": ao abrir os olhos, após uma sentida oração, gostaria de não ver mais tragédias, injustiças, fome, guerra... tantas crianças inocentes a sofrer!..


Em homenagem às vítimas da tragédia recente no Rio de Janeiro, a que se referem as imagens, obtidas na net, convido-vos a "REZAR":

Tradução livre da letra da canção "Pray", de Justin Bieber:

Ohh Ohh Ohh .. /E eu rezo

Eu não consigo dormir esta noite/Sabendo que as coisas não estão certas/Está nos jornais, /está na TV, /está em todo lugar que eu vá/As crianças estão chorando /Os soldados estão morrendo /Algumas pessoas não têm um lar /Mas eu sei que há sol /por detrás da chuva /Eu sei que há bons tempos /por detrás dessa dor, /Ei! /Você pode dizer-me como /posso fazer uma mudança?


Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo, /ooh /Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo /ooh


Eu perco o apetite /Sabendo que as crianças passam fome /esta noite /Eu sou um pecador, /Porque o meu jantar /ainda está no meu prato /Ooh, /eu tenho uma visão, /para fazer a diferença /E é a partir de hoje /Porque eu sei que há sol /por detrás da chuva /Eu sei que há bons tempos /por detrás dessa dor, /Ei! /Ninguém me diz como /Eu posso fazer uma mudança?


Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo /Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo /Por esses corações partidos /Eu rezo pela vida que não começou /Eu rezo por todos aqueles que não respiram /Eu rezo por todas as almas necessitadas. /Eu rezo. /Você pode mudar este hoje.


Eu não consigo dormir esta noite, /Alguém pode dizer-me como /fazer uma mudança?

Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo, /ooh /Eu fecho meus olhos e posso /ver um dia melhor /Eu fecho meus olhos e rezo /ooh /Eu oro /Eu rezo ... /Eu fecho meus olhos /e rezo

19 de janeiro de 2011

Eugénio de Andrade - "As palavras"


São como um cristal,

as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

leves.

Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

___________________

O poeta Eugénio de Andrade morreu a 13 de Junho de 2005, no Porto, aos 82 anos, vítima de doença prolongada.

O poeta morreu às 03h30, em sua casa, no Porto. Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe.

Viveu no Porto desde 1950, onde criou a fundação com o seu nome.

A sua obra poética e em prosa foi já inúmeras vezes premiada e está traduzida para alemão, asturiano, castelhano, catalão, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo.

Fotos: Imagens Google

16 de janeiro de 2011

A cor dos teus olhos


Pelo entardecer,

o azul do céu ganha mais cor...

É belo, o pôr-do-sol
mas, muito mais belo
o verde dos teus olhos,
de manhãzinha,
ao acordar, meu amor!

Dos meus "Versos de Cor"
Foto: Imagens Google (editada)

12 de janeiro de 2011

Ricardo Calmon

Este amigo está a passar um momento difícil!

Peço a todos que, da forma que melhor entenderem, se lembrem dele!


"PREPARATORIUM ORATORIUM


SENHOR, EM PRECE ESSA, AO NIRVANA ESTOU, DE DADAS MÃOS COM JÚLIO, QUE AQUI HABITA, ALÉM DE GRENÁS PAPOULAS E A SAUDADE TODA DEL MONDO,SOLEDADE TAMBÉM UM ARCO ÍRIS MANDOU,ALÉM DE MISSÃO ESSA,AQUI VIM,MEU AMIGO ,PARA QUE ME DÊ CORAGEM E FORÇA,EM TRILHA ESSA QUE ADENTRAR TENHO, PARA QUE UM DIA,ASSIM POSSA NA ATLANTICA MATA,voltar a ME BANHAR,COM AS ÁGUAS DE DEUS.
(...)

AMEN!

VIVER É SIM, PURA MAGIA"


Grande abraço, amigo! Rápida recuperação!

http://viverpuramagia.blogspot.com/

6 de janeiro de 2011

Homenagem-a-MALANGATANA

Faleceu Malangatana! VIVA MALANGATANA!

Para o escritor moçambicano Mia Couto, "é uma notícia muito, muito triste. Moçambique teve em Malangatana uma espécie de embaixador permanente da cultura pela projecção que deu ao país. Moçambique é hoje mais e melhor conhecido em grande parte pela obra do Malangatana".


(in JN.SAPO.PT)

Valente MALANGATANA, 1936-2011

O artista mais conhecido de Moçambique, o carismático Malangatana Ngwenya foi nomeado Artista UNESCO para a Paz em 1997.

Malangatana nasceu em 1936 em Matalana, sul de Moçambique. Os seus primeiros anos de vida foram passados em Escolas de Missões e ajudando a sua mãe no trabalho no campo.

Com doze anos, Malangatana muda-se para Maputo (então Lourenço Marques) para procurar trabalho e em 1953 começa a trabalhar no Clube de Ténis como 'apanha-bolas'. Este trabalho permitiu-lhe continuar a estudar, frequentando as aulas à noite. Foi nesta altura que o seu talento começou a ser notado. Augusto Cabral, membro do Clube de Ténis, forneceu-lhe os materiais e a ajudou-o a vender o seu trabalho. Em 1958 Malangatana frequenta o Núcleo de Arte, com o apoio do pintor Zé Júlio. No ano seguinte, Malangatana tem o seu trabalho exposto publicamente pela primeira vez numa exposição colectiva e dois anos mais tarde,realiza a sua primeira individual, com 25 anos. Em 1963 a sua poesia é publicada na revista 'Black Orpheus' e na antologia 'Modern Poetry from Africa". No ano seguinte, Valente Malangatana é preso pela polícia secreta (PIDE) e passa 18 meses na cadeia. Em 1971 recebe uma bolsa da Fundação Gulbenkian e estuda gravura e cerâmica. Desde 1981 trabalha exclusivamente como artista.


Malangatana foi agraciado com a medalha Nachingwea pela sua contribuição para a cultura Moçambicana e nomeado Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Expôs em Angola, Portugal, Índia, Nigéria, Chile e Zimbabué entre outros, e o seu trabalho está representado em colecções por todo o mundo. Trabalhou em várias encomendas de arte pública incluindo murais para a Frelimo e para a UNESCO. Malangatana está também activo no estabelecimento de várias instituições incluíndo o Museu Nacional de Arte e um centro para jovens artistas em Maputo. Foi também um dos fundadoes do Movimento para a Paz.

O trabalho de Malangatana projecta uma visão ousada da vida onde há uma comunhão entre homens, animais e plantas. Baseia-se na sua 'herança' mas simultaneamente abraçando símbolos de modernidade e progresso, síntese entre arte e política. O reconhecimento do seu estatuto está presente na declaração proferida pelo Director-Geral da UNESCO, Federico Mayor ao entregar-lhe a distinção. Mayor nota que Malangatana é 'muito mais do que um artista, é alguém que demonstra que existe uma linguagem universal, a linguagem da Arte, que permite comunicar uma mensagem de Paz.'

extraído de: "Contemporary Africa Database"

1 de janeiro de 2011

DIA MUNDIAL DA PAZ



"Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!"

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"