29 de junho de 2010

Saint-Exupéry - 110º aniversário do seu nascimento

Antoine de Saint-Exupéry 
França
[1900-1944]
Escritor/Aviador

Saint-Exupéry, nascido em Lyon a 29 de Junho de 1900, era um aviador que sobrevoou o norte de África até aos Andes. Ganhou diversos prémios pelos seus romances, mas a obra que o imortalizou conta a história de um aviador que conhece um principezinho, inspirada em experiências do autor.
O livro é uma alegoria à inocência das crianças e ensina lições como «o essencial é invisível aos olhos» e «só se vê bem com o coração». Foi publicado em 1943, um ano antes da morte do escritor, e traduzido em mais de 100 línguas em todo o mundo.




Algumas citações, por temas:







AMIZADE

Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos

Ao reencontrar os amigos, todos nós já provamos o encanto das más lembranças

AMOR

Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direcção
Fonte: "Terra dos Homens"

Do primeiro amor gosta-se mais, dos outros gosta-se melhor

Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos
Fonte: "O Principezinho" 

CRIANÇA

As crianças têm de ter muita paciência com os adultos

As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações

Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso

RELAÇÕES HUMANAS

Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós




Fonte: Google







26 de junho de 2010

meigo amor



Que bom sorrir, com doçura,
Cada aurora, ao sol nascente,
Sentindo a sua ternura
Viva, a meu lado, presente!

Cantar toda a formosura
De seu ser resplandecente;
De seu sorriso a candura
Amar, feliz e contente!

Sentir batendo no peito,
Abrindo as asas, ao vento,
Meu coração pequenino:

Dela tomar, meigo, o jeito
E fazer-me, num momento,
Em seu regaço, menino!

Reedição
Imagem da net "Deep red rose"

17 de junho de 2010

caminho... e tempo










O bom do caminho é haver volta.

Para ida sem vinda, basta o tempo.



Curozero Muando in "Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra, Mia Couto
Foto da Gui: http://olhares.aeiou.pt/GuiOliveira




Sexta Feira, 18 de Junho de 2010, pelas 12,30 horas
MORREU JOSÉ SARAMAGO!


Chegou ao fim do caminho, terminou o seu tempo entre nós! Não posso deixar de citar uma das suas passagens no "Memorial do Convento" que, acho eu, cabe lembrar nesta hora:
"... O mar está longe e parece perto, brilha, é uma espada caída do sol, que o sol há-de embainhar devagarinho quando descer no horizonte e enfim se sumir..." (fala de Baltasar)
Numa entrevista recente, falando da sua morte, dizia: "... o que mais me preocupa é o deixar de estar... mais do que o deixar de ser - que, obviamente, está implícito!


Vai deixar de estar, fisicamente, claro, mas "só" isso! Permanece a sua obra!

10 de junho de 2010

dia de PORTUGAL

PORTUGAL, SEMPRE!

outros mares
navegados já,
porventura conhecidos
mas, a descobrir:
porque outros,
porque estranhos,
porque de outros, não nossos!

outros tempos,
hoje ou amanhã,
decerto incertos
mas, a viver:
porque novos,
porque desafios,
porque nossos, se quisermos!

outros homens,
outros sonhos,
outras lutas:
O MESMO PORTUGAL, O DE SEMPRE!


Foto: Google Imagens

5 de junho de 2010

se tu soubesses, meu amor...

embalado nas ondas do mar,
calmo e silencioso,
em noite calma de verão,
cantei à lua,
pensando em ti:

se tu soubesses
como te amo!...

se tu soubesses,
meu amor,
ah, eu não teria de te dizer:
eu seria noite,
tu serias lua!…

se tu soubesses
do meu amor!...

se tu soubesses,
meu amor,
bastaria amar-te assim,
como a noite à lua,
todas as noites!...

se tu soubesses,
meu amor, minha vida!...

se tu soubesses,
meu amor,
eu seria… o que tu quisesses,
todos os dias da minha vida:
teu eterno amor!...


Foto: "Half a moon shows", in Olhares da Ju (http://olhares.aeiou.pt/juaninha8)

1 de junho de 2010

em louvor das crianças

Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso.


A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais - a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis - elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue.


O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.

Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'