30 de setembro de 2011

Assim... Assim...



Em tempo de ser
Que não sente
Ou espera, assim
O presente
Ausente
Brinca: assim!

Neve que se esvai
Persistindo
Muito alva, assim
Ao calor
Derrete,
Finge: assim!

Lágrimas de dor
Da partida
Dolorosa, assim
Nossa vida
Amada
Teima: assim!

Assim, assim
Persiste na essência,
Sente a natureza!

Assim, assim
Rouba, da alegria,
Doce canto à vida!

Foto "Conjuntos", de Quicas, pelos jardins da Gulbenkian - Lisboa http://olhares.aeiou.pt/conjuntos_foto4326790.html

23 de setembro de 2011

No sono da Lua


No sono da Lua
Quando, em longas e escuras noites, aturdido pelo sono da Lua, a fragilidade arrepia meu corpo, vale-me a coragem de acreditar que o amanhã poderá ser fonte de renovada esperança!...
Penso na Lua ausente que, em seu enigmático despertar, sempre persiste, vencendo as fases que a apagam no firmamento ou as nuvens que a escondem dos humanos olhares.
Amiga, ela sempre volta, nas noites de luar, brilhante, bem cheia da luz roubada ao astro-rei, em viagem pelo outro hemisfério, a iluminar os corações apaixonados, encantando-lhes os sonhos!
Perdidos nesses encantos, os amantes, enlevados, já não querem voltar a acordar!... Como eles, embalado no mesmo aconchego, também eu me esqueço do tempo, se é noite, se é dia… pressinto eternidade!...
Foto da net

18 de setembro de 2011

No teu aniversário...

Contigo, eu vivo
Quaisquer dias, longe
De ti, meu amor,
Tão longos, são tempo
De dor e saudade!
Nossos beijos doces,
Sempre que regressas,
Sedentos, são gritos
De louca alegria!
Nossos corpos quentes,
Quando nos unimos
No amor, enlaçados,
São hinos à vida!
Mente a vida, mente,
Cada vez que os dias
Te levam de mim
Deixando-me…vivo!
Foto tirada pela Joana, em Santiago de Compostela.

10 de setembro de 2011

Ondas do meu mar (menção honrosa em concurso de poesia)



Bravias, mansas, delírios de amor
Em peito ufano, feliz do encanto,
São melodias salgadas, de espanto,
Suaves salpicos de calma, ao calor.

Não são jardins, mal conhecem flor,
Inventam asas, perdem-se no encanto
Do vento norte, com seu triste pranto
E sobre a areia espraiam seu fragor.

Vivem da força, invisível, do vento,
Bebem, da lua, certeiras medidas
E, ao sol, escrevem reflexos brilhantes.

Nos dias longos não sentem que o tempo
Corre, sem parar, enlaçando vidas,
Casais jurando-se eternos amantes.

Foto da Joana (http://olhares.aeiou.pt/juaninha8)

Este soneto mereceu uma Menção Honrosa no Concurso "A poesia ao encontro do tempo", organizado pelo Centro de Cultura de Campos.




4 de setembro de 2011

Encontro


Na tua saia de pregas
Azul, de linho tecida,
Entrevi todo o encanto,
Que teus cabelos, um dia,
Me desvelaram, no espanto
De um olhar de céu aberto
Ah, doce e terna magia,
Que à noite escura alumia!

Tua blusa branca, suave
Da seda que à pele vestia
Nunca esconderia a graça
Do leve andar e a beleza
Do sorriso que teu rosto,
Iluminado de sonhos,
De amor, sol e fantasia
Aos meus olhos prometia!

Do verde, o brilho roubavas
Me enchendo o peito de esperança.
À lua, a vida ensinavas
E, até mesmo à Primavera,
Seus botões abrindo em flores
Nos jardins, incendiados
Por teu olhar e calor,
Renovavas o fulgor!

Poderia ter morrido
Ali mesmo nesse dia
Certo que a vida, entretanto,
Nada mais podia dar-me
Tal que de ti me esquecesse!
Te encontrei e, feito escravo
De teu amor, na verdade
Renasci, que felicidade!

Foto: Google Imagens