20 de agosto de 2015

Nas Entrelinhas do Tempo (fragmento)



"... O rio, de águas cristalinas, mostrava-se paciente e submisso às pancadas, mais ou menos violentas com que as lavadeiras, com as peças de roupa maiores, agitavam a corrente. A meio da encosta verdejante, da boca de uma mina que lhe dava o nome, ele assomava à luz do dia, sonolento, a espreguiçar-se pelo vale, indiferente às voltas a que seria obrigado para alimentar o lavadouro público. (...)"

Joaquim do Carmo (excerto de um conto a publicar no livro "Nas Entrelinhas do Tempo"

Imagem do quadro de Vincent van Gogh, "By the Seine"

3 comentários:

ania disse...

Nem todos conseguem, com palavras, pintar uma tela em nossa imaginação, mas vc o fez de um jeito lindo...encantou-me com seu talento, sua sensibilidade...parabéns! abraços, ania...

Ibel disse...

gostei da descrição.

CÉU disse...

Um rio personificado, que de "lábios risonhos e pacientes", estende os "braços", em jeito de dádiva e alguma preguiça, importando-se pouco, ou mesmo nada, com uma das suas funções.
Escreve e pontua muito bem, Joaquim do Carmo!
Abraço.