"... O rio, de águas cristalinas, mostrava-se paciente e submisso às pancadas, mais ou menos violentas com que as lavadeiras, com as peças de roupa maiores, agitavam a corrente. A meio da encosta verdejante, da boca de uma mina que lhe dava o nome, ele assomava à luz do dia, sonolento, a espreguiçar-se pelo vale, indiferente às voltas a que seria obrigado para alimentar o lavadouro público. (...)"
Joaquim do Carmo (excerto de um conto a publicar no livro "Nas Entrelinhas do Tempo"
Imagem do quadro de Vincent van Gogh, "By the Seine"
3 comentários:
Nem todos conseguem, com palavras, pintar uma tela em nossa imaginação, mas vc o fez de um jeito lindo...encantou-me com seu talento, sua sensibilidade...parabéns! abraços, ania...
gostei da descrição.
Um rio personificado, que de "lábios risonhos e pacientes", estende os "braços", em jeito de dádiva e alguma preguiça, importando-se pouco, ou mesmo nada, com uma das suas funções.
Escreve e pontua muito bem, Joaquim do Carmo!
Abraço.
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