Era um homem que nunca tivera ocasião de contemplar o mar. Vivia numa aldeia do interior da Índia. Uma ideia instalara-se com firmeza na sua mente: não podia morrer sem ver o mar.
Para poupar algum dinheiro e poder viajar até à costa, arranjou outro trabalho além do seu emprego habitual. Poupava tudo o que podia e suspirava pelo dia em que ia poder estar perante o oceano. Foram anos difíceis mas, finalmente, poupara o suficiente para fazer a viagem. Apanhou um comboio que o levou até perto do mar. Sentia-se entusiasmado e pleno.
Chegou à praia e observou o maravilhoso espectáculo. Que ondas tão bonitas! Que espuma tão branca e tão formosa! Que água tão azulada e tão bela! Aproximou-se da água, apanhou um pouco na concavidade da sua mão e levou aos lábios para degustá-la. Então, desencantado e abatido, disse para si próprio: "Que pena que saiba tão mal, sendo tão bonita!"
Conto indiano in "Os melhores contos espirituais do oriente", de Ramiro Calle
Foto: "Ragging Waters" da Ju
4 comentários:
POIS...QUE DESENCANTO.
FANTASIAR SITUAÇÕES SABEMOS FAZER
DIFICIL É ENCONTRAR NO DESENCANTO
COISAS FAVORAVEIS, TRANSFORMAR DECEPÇÕES EM BENÇÃOS.
ABRÇS
Voce é o que escreve!Meu bom Escriba ,pura alegria te-lo em campos meus de girassois!
te abraço poeta!
VIVA LA VIDA
... ou rosas, senhor, ou rosas (que eu tenho alguns espinhos...!)
Aliás, abraços, Ricardo amigo
Fiquei sorrindo....
... eu que sou amante do Mar e de aMar, e da sua agua salgada, que adoro saborear!...
Mas na verdade por vezes o realizar de um sonho vira mesmo desencanto.
Obrigada por tuas visitas no meu canto.
Beijo.
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