6 de janeiro de 2011

Homenagem-a-MALANGATANA

Faleceu Malangatana! VIVA MALANGATANA!

Para o escritor moçambicano Mia Couto, "é uma notícia muito, muito triste. Moçambique teve em Malangatana uma espécie de embaixador permanente da cultura pela projecção que deu ao país. Moçambique é hoje mais e melhor conhecido em grande parte pela obra do Malangatana".


(in JN.SAPO.PT)

Valente MALANGATANA, 1936-2011

O artista mais conhecido de Moçambique, o carismático Malangatana Ngwenya foi nomeado Artista UNESCO para a Paz em 1997.

Malangatana nasceu em 1936 em Matalana, sul de Moçambique. Os seus primeiros anos de vida foram passados em Escolas de Missões e ajudando a sua mãe no trabalho no campo.

Com doze anos, Malangatana muda-se para Maputo (então Lourenço Marques) para procurar trabalho e em 1953 começa a trabalhar no Clube de Ténis como 'apanha-bolas'. Este trabalho permitiu-lhe continuar a estudar, frequentando as aulas à noite. Foi nesta altura que o seu talento começou a ser notado. Augusto Cabral, membro do Clube de Ténis, forneceu-lhe os materiais e a ajudou-o a vender o seu trabalho. Em 1958 Malangatana frequenta o Núcleo de Arte, com o apoio do pintor Zé Júlio. No ano seguinte, Malangatana tem o seu trabalho exposto publicamente pela primeira vez numa exposição colectiva e dois anos mais tarde,realiza a sua primeira individual, com 25 anos. Em 1963 a sua poesia é publicada na revista 'Black Orpheus' e na antologia 'Modern Poetry from Africa". No ano seguinte, Valente Malangatana é preso pela polícia secreta (PIDE) e passa 18 meses na cadeia. Em 1971 recebe uma bolsa da Fundação Gulbenkian e estuda gravura e cerâmica. Desde 1981 trabalha exclusivamente como artista.


Malangatana foi agraciado com a medalha Nachingwea pela sua contribuição para a cultura Moçambicana e nomeado Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Expôs em Angola, Portugal, Índia, Nigéria, Chile e Zimbabué entre outros, e o seu trabalho está representado em colecções por todo o mundo. Trabalhou em várias encomendas de arte pública incluindo murais para a Frelimo e para a UNESCO. Malangatana está também activo no estabelecimento de várias instituições incluíndo o Museu Nacional de Arte e um centro para jovens artistas em Maputo. Foi também um dos fundadoes do Movimento para a Paz.

O trabalho de Malangatana projecta uma visão ousada da vida onde há uma comunhão entre homens, animais e plantas. Baseia-se na sua 'herança' mas simultaneamente abraçando símbolos de modernidade e progresso, síntese entre arte e política. O reconhecimento do seu estatuto está presente na declaração proferida pelo Director-Geral da UNESCO, Federico Mayor ao entregar-lhe a distinção. Mayor nota que Malangatana é 'muito mais do que um artista, é alguém que demonstra que existe uma linguagem universal, a linguagem da Arte, que permite comunicar uma mensagem de Paz.'

extraído de: "Contemporary Africa Database"

2 comentários:

Penélope disse...

Suas páginas mudaram e estão bastante bonitas.
Parabéns amigo!

Laura disse...

Olá quicas!

Conheço apenas um pouco da sua pintura e já tinha ouvido falar nele, ontem na Tv achei-o uma bela pessoa. Que esteja bem do outro lado da vida para onde vamos todos, amanhã...

abraço da laura