Sempre te via, como em sonhos, perto,
Meu pensamento anulava o distante:
Era teu rosto, belo, estou bem certo
Mas, não sorria, nem mesmo um instante!
Tudo era triste, meu viver incerto:
Ave sem poiso, coração errante,
Eu e saudade, juntos, um deserto
- Só a esperança vivia, constante!
Mas, eis voltaste, meu peito vibrante
Em si não cabe, voa, ao longe, aberto:
Encontrou a luz, qual Sol, do Levante!
Mulher formosa, por mais que te cante,
O meu poema diz pouco, decerto:
Teu sorriso é vida, estrela brilhante!
Joaquim do Carmo
in "Amanhecer pelo fim da tarde"
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